O HÁBITO NÃO FAZ O MONGE - O uniforme do escoteiro
- Escoteiros de Igarassu - GENFA
- 3 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
O HÁBITO NÃO FAZ O MONGE
O uniforme do escoteiro
Tendo sido fundado por Baden-Powell, um ilustre militar e um nobre cavalheiro, o Escotismo não herdou o espírito do militar, mas sim o do cavalheiro. O fundador quis, desde o princípio, que o Escotismo fosse identificado como um símbolo de Paz e não como um instrumento para a guerra. Por isso, caraterizou-o como um espaço de liberdade de pensamento e de ação para a educação do cidadão livre, responsável e solidariamente ativo na construção de um mundo melhor, pensando e agindo para a felicidade dos outros.
Há quem, de forma consciente ou inconsciente, tenda a identificar o uso de uniformes ou equipamentos com “visões” de regimes totalitários, limitadores das liberdades e garantias individuais e coletivas dos povos, ou ainda com movimentos militaristas.
O dicionário da língua portuguesa define uniforme como sendo “vestuário com características específicas, usado por todos os membros de uma instituição ou de um serviço”, neste sentido, ele serve para identificar os membros de uma instituição e para adequar o vestuário à ação de cada um dos seus membros. É um elemento que marca um sentimento de pertença e de bem-estar no desenvolvimento das missões. É por isso que as diversas associações escoteiras têm uniformes diferentes umas das outras, mancando assim as suas caraterísticas próprias e a sua identidade, mas todas tendo elementos em comum, podendo dizer-se que são variações de um mesmo arquétipo.
O uniforme escoteiro é composto por várias peças que se combinam entre si, dando resposta ao conforto que cada escoteiro deve ter nas diversas atividades em que participa, mas também aos seus gostos pessoais e ao seu bem-estar. Qualquer destas combinações mantem um sentido de conjunto, sem que se evolua para um monobloco rígido, tanto mais que cada uniforme espelha o percurso vivido por cada jovem ou adulto. [...]
[...] O povo, na sua infindável sabedoria, diz-nos que “O hábito não faz o monge”, por isso, o que verdadeiramente define o Escoteiro e o identifica perante a sociedade não é o “hábito”, isto é o uniforme, este é só uma exteriorização de uma forma de ser e de estar marcada por valores humanos que fazem do “monge”, veja-se do Escoteiro, uma pessoa que leva uma vida marcada pelo serviço aos outros.
CARLOS ALBERTO PEREIRA é empresário e ex presidente nacional do CNE – Corpo Nacional de Escutas, Escotismo Católico Português – residente em Braga (Portugal). Escreve uma coluna mensal para o jornal ‘Correio do Minho’, sobre escotismo.
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